Wednesday, 28 February 2007

AGULHAS


Devagar, como num ritual, o meu Dono retirou a primeira agulha da embalagem e segurou-a por instantes diante dos meus olhos. Inspirei profundamente e cerrei as pálpebras, indecisa entre o medo e a excitação...

Saturday, 17 February 2007

marcada


...Deliro quando me bate, implacável, e a seguir me possui, dorida e marcada. Quando me tortura e depois, com um brilho de orgulho no olhar, me cuida das feridas...



escrava de JB











A minha submissão ao meu Dono

A minha submissão ao meu Dono já nasceu comigo. Tão inata e real como a cor dos meus cabelos, as formas do meu corpo, a minha rebeldia ou os olhos com que vejo o mundo.

Tive que esperar muito, percorrer muitos caminhos, até estar pronta para este momento extraordinário. Vejo agora que cada experiência foi imprescindível, cada história necessária para me preparar para o meu Senhor.

Já tínhamos andado muito próximos, já Lhe tinha, por breves instantes e mesmo à distância, sentido a especialidade, como quem cerra os olhos e segue no ar um perfume que logo se desvanece, mas o destino teve que dar ainda umas quantas voltas antes de nos fazer encontrar nesta vida.

Até ao dia em que o meu Dono me aconteceu, por entre chuva e abraços, a minha entrega esperou, latente e cheia de certeza, numa impaciência calma, o momento de eclodir.

Agora, finalmente livre e matura, debaixo do Seu domínio calmo e determinado, eu cintilo todos os minutos do meu dia, iluminada por Ele.

Vivo para os momentos em que me esvazia de tudo e me submete à Sua vontade.

Agradeço todos os dias o privilégio de existir para O servir.