Adoro quando, num segundo, o meu Dono vira a minha vida toda de pernas para o ar. Quando me obriga a malabarismos, a soluções improvisadas no momento, a usar a imaginação. Adoro quando me faz virar-me do avesso para conseguir aquilo que Ele manda.
Pode até não parecer, mas sou uma pessoa normal :-) Tenho um vida profissional responsável, uma vida familiar gratificante, uma vida social preenchida q.b. Como toda a gente tenho compromissos, coisas a fazer, sítios onde ir, assuntos a tratar. Nunca tenho "tempos mortos" nem sei o que é fazer coisas para "matar o tempo". Aliás, a maior parte das vezes o tempo não chega para fazer tudo o que quero.
Quando planeio o meu dia, deixo sempre um largo espaço móvel, para a eventualidade de o meu Dono me chamar. Como aqueles cubos em que é o espaço vazio que permite mover todas as outras peças de forma a construir um desenho lógico.
Apercebi-me que não o faço racionalmente, de forma totalmente consciente, mas que está naturalmente implícito na maneira como planeio as coisas.
O meu Dono é a minha prioridade e tudo o resto decorre a partir dessa premissa.
Gosto de pensar que essa é minha mais-valia, poder ser flexível, adaptar o meu tempo ao tempo do meu Dono.
Adoro quando tenho o dia todo muito bem planeado e de repente tenho que alterar tudo em função Dele, mover as peças todas de forma a construir o melhor de todos os cenários, a presença do meu Dono.
Nunca sei quando me vai chamar : podem passar-se dias, semanas ou então querer-me dois ou mesmo três dias ou noites seguidas, ou, como ontem, duas vezes no mesmo dia...
Salvaguardado um ou outro aspecto da minha vida, um ou outro raro momento em que possa estar temporariamente inacessível, basta uma mensagem, um telefonema do meu Dono para eu largar tudo o que estou a fazer e voar para Ele.
Não raramente tenho que fazer voltas de 180º, voltar à estaca zero, desmarcar tudo, adiar reuniões, inventar desculpas esfarrapadas. Ou, já com Ele, atender o telefone (só em última instância) toda nua com molas nas mamas ou com um plug enfiado sabe-se lá onde.
Quem me conhece já sabe e quem não conhece habitua-se a que é comum surgirem-me imprevistos.
E, óbviamente, nunca sei o que o meu Dono vai querer fazer comigo ou como o vai querer fazer. Se de alguma forma pensou em alguma coisa ou se me domina ao sabor do momento.
Adoro quando me confronta com situações que me fazem quase desabar e no último momento me agarra por uma ponta, mesmo a tempo de não cair no abismo, quando me estilhaça as ideias pré-concebidas, quando me arrasa os conceitos, me sacode, me baralha, me confunde, me faz construir laboriosamente argumentos irrefutáveis e depois, num ápice, mos desmonta e por a+b me mostra que não tenho nada que pensar, apenas sentir. Que não tenho nada que analisar, apenas servi-Lo.
Temos longas conversas filosóficas, eu toda nua aos Seus pés, a chupar-Lhe o sexo, enquanto disserta sobre a espantosa simplicidade de tudo.