Amo o meu Dono sobre todas as coisas. Amo-O, com todos os ingredientes do amor. Com uma paixão irresistível e avassaladora, extrema, quase violenta. Amo-O imoderadamente. Com uma ternura comovente, minuciosa, quase peganhenta. Amo-O todos os momentos do meu dia. Amo-O excessivamente, furiosamente, pervertidamente. Com um amor cúmplice, conspirador, lunático. Amo-O com amor guloso. Amo-O demoradamente como quem saboreia um fruto exótico, amo-O a correr, entre uma coisa e outra. Amo-O desajeitadamente. Amo-O com amor reverente, respeitoso, submisso. Amo-O com uma loucura inocente, fresca, quase pueril. Amo-O com um amor febril, ardente, quase virulento. Amo-O tranquilamente. Amo-O visceralmente. Amo-O para lá do amor. Amo-O faça Ele o que fizer. Amo-O de perto, ao longe, nas sombras ou à luz do dia, esteja Ele onde estiver. Amo-O, incondicionalmente. Amo-O total, completa e absolutamente. Amo-O, portanto. Meu Dono.
Tuesday, 5 February 2008
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Uma mulher caminha nua pelo quarto
é lenta como a luz daquela estrela
é tão secreta uma mulher que ao vê-la
nua no quarto pouco se sabe dela
a cor da pele, dos pêlos, o cabelo
o modo de pisar, algumas marcas
a curva arredondada de suas ancas
a parte onde a carne é mais branca
uma mulher é feita de mistérios
tudo se esconde: os sonhos, as axilas,
a vagina
ela envelhece e esconde uma menina
que permanece onde ela está agora
o homem que descobre uma mulher
será sempre o primeiro a ver a aurora.
Bruna Lombardi
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