O corpo, todo ele vivo, todo ele desperto, fervilha ainda por muito tempo depois de o Dono ter ido embora, como se tivesse deixado em mim o Seu rasto. Percorro uma a uma as marcas da Sua passagem, como uma via sacra. Concentro-me, ponto por ponto, em cada zona açoitada, em cada sítio sovado. As costas, as nádegas, as coxas, a cona, as mamas, ainda latejam, rubras, quentes, riscadas do chicote, queimadas da cera. O couro cabeludo repuxado, a cara afogueada, o cabelo enriçado. As lágrimas deixam traços de sal , linhas esbranquiçadas sobre a pele vermelha. Aos poucos, uma imensa tranquilidade toma conta de mim.
Tuesday, 4 November 2008
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