Thursday, 28 August 2008

PRAZER PROIBIDO



Às vezes várias vezes ao dia, às vezes várias vezes seguidas. Toco-me sem me deixar vir. Aprendi por imposição um novo e insuspeitado prazer em conter o orgasmo, que ultrapassa o imediato e fulminante, o pronto-já-está-vira-te-para-lá-e-dorme. Provoco-me com pensamentos, com toques mais ou menos bruscos, mais ou menos demorados, com ordens inventadas, com vozes autoritárias dentro da minha cabeça. Com objectos, com as mãos , com jactos de água contra a pele arrepiada, com contracções e relaxamentos alternados, com dedos que deslizam pela pele escorregadia, que penetram, que esfregam, que beliscam, que tão depressa quase esmagam o clitóris como o afloram com uma delicadeza inesperada.Transporto-me para cenários de lascívia, perversão ou, mais raramente, cenas de paixão intensa onde vozes brandas me conduzem por prazeres delico-doces, diferentes formas de me mimar. Prolongo o prazer por tempo indeterminado, até atingir aquele ponto de quase não-retorno em que tenho que me esforçar para inverter o fluxo, o corpo retesado para não deixar transbordar o êxtase, mantenho-me num patamar de prazer intenso, duradouro, viciante, na antecâmara de um orgasmo iminente que nunca chega a acontecer. Porque Ele não quer.


Wednesday, 27 August 2008

ECHOES



Adapto-me aos traços do meu Dono, como água que escorre num leito acidentado. Os meus braços tem a forma do Seu corpo, os meus pensamentos o contorno da Sua alma.

Estico-me e encolho-me à medidas das Suas vontades, acendo-me ou apago-me conforme os Seus desejos.

Procuro começar a existir logo onde o meu Dono acaba, sem intervalos nem espaços em branco, como prolongamento Seu que sou. Procuro derramar-me no chão como a Sua sombra ou estender-me repetidamente no espaço como um eco de Si.

Tuesday, 26 August 2008

TRICKY QUESTION...















"Se pudesses escolher preferias evoluir na dor ou na degradação?" - Fiquei com a pulga atrás da orelha. A pergunta contem em si o efeito nr. 1 : sinto-me cercada, sem escapatória possível. E imediatamente molhada. Mais rápida do que eu, a minha mente visualiza num ápice todos os possíveis cenários.

Nunca minto ao meu Dono, mas admito que, por vezes, ainda tenho aqueles pensamentos tortuosos próprios das mentes femininas...Penso qual a resposta que mais Lhe agradaria ouvir. Penso no objectivo da pergunta. Continuo em silêncio, a minha imaginação sobrevoa todos os pormenores. Prazer por antecipação.

Já estou habituada, as minhas frustrações advem invariavelmente de conflitos de atracção-atracção. Entre querer isto e querer aquilo é-me sempre díficil escolher. E, qualquer que seja a minha resposta, o resultado afigura-se-me como escolher entre a panela de água a ferver ou cair no lume...

Ainda atordoada de indecisão, respondo baixinho : Na dor, meu Dono...

Monday, 18 August 2008

Friday, 15 August 2008

SUBMISSION


It is not about logic or reasonableness. Submission is about deep feeling, deep devotion and deep joy.

Wednesday, 13 August 2008

O




Porque mereci, porque Lhe apeteceu ou muito simplesmente, porque sim. Esfrega-te, cabra. Masturbar-me suaviza a dor de ser enrabada a frio. A dor e o outro prazer, em simultâneo. O meu cérebro processa esta associação, mais uma vez. O meu Dono fala comigo, comanda o meu prazer, doseia-o. As Suas palavras tem um efeito brutal sobre mim. O meu corpo ferve, deixo de ter noção de tempo, de espaço. Tudo o mais à minha volta deixa de existir cristalizados num ponto, eu e o meu Dono. Tudo o resto desaparece à medida que o prazer se adensa.

O meu Dono faz-me aguentar, suster o orgasmo iminente. Sinto-o dentro de mim, num refluxo que tenho que conter, o resultado acumulado de todas as vezes que me toquei sem me deixar vir, como o Dono quer. Sinto-me naquele ponto de ultra sensibilidade que precede os momentos memoráveis. Sinto-me caminhar na beira do abismo.

À voz do meu Dono, o meu corpo obedece, liberta o prazer tanto tempo contido. Venho-me em queda livre, sacudida em todas as direcções. Não é o simples prazer da carne, que me irradia do centro do corpo em ondas espasmódicas, ritmadas, é um prazer que transcende o físico, que me entorpece a mente como uma droga. É inevitável chorar quando me venho assim. Dedico silenciosamente este prazer ao meu Dono.

Obrigada meu Senhor, meu Dono, por me conceder momentos como este.


Sunday, 10 August 2008

SUBMISSA ?


Ser submissa é querer tudo e não esperar nada.
É esperar tudo e não pedir nada.
É pedir tudo e contentar-se com nada.
É fácil ser-se submissa quando o Dono vem, quando o Dono amarra, quando o Dono bate.
É fácil ser-se submissa com uma coleira no pescoço, de joelhos em frente ao Dono, de quatro no chão.
Difícil é ser-se submissa quando o Dono não vem, quando o Dono não dá. Esse é o verdadeiro teste de submissão. Quando não há uma chibata ou uma ordem clara, quando não se está a ser usada, quando não se está a ser humilhada.
Nesses momentos, procuro não me esquecer que é a este homem que eu me submeto porque é a este homem que eu me quero submeter. Procuro não me esquecer que é exatamente isto que eu quero, submeter-me à vontade do meu Dono seja ela qual for.
Quando detecto em mim um leve vestígio de desejo, preferência ou qualquer outra manifestação da vontade, qualquer indício de pensamento tóxico, algum rastilho de ideia subversiva, remeto-me à forma primordial, à mais pura submissão, genuína, desinteressada, profunda.
Como uma cadela fiel, mantenho-me deitada no tapete da entrada da nossa história comum desde que o Dono sai até que o Dono chega. Nada se passa entre um momento e o outro. Nunca me ocorreria perguntar porque demorou tanto, mas apenas abanar a cauda de felicidade por ve-Lo voltar.


Friday, 8 August 2008

CRUELDADE II



... é ser fodida, dobrada sobre a bancada da cozinha, com seringas espetadas no rabo...


Monday, 4 August 2008

O SILÊNCIO DOS CULPADOS


Não sei se com as outras escravas acontece assim.

A mim, quando estou uns dias sem notícias do meu Dono, a primeira coisa que me ocorre é "onde terei falhado?"

Começa por uma leve preocupação que, conhecendo a minha tendência para tirar conclusões precipitadas, vou afastando do pensamento; depois uma ligeira inquietação, como se as coisas - mesmo as que gosto - fossem aos poucos deixando de fazer sentido, só porque ao fundo me falta o meu Dono.

Esquadrinho todos os momentos, tudo o que disse, o que não disse , o que fiz, o que deveria ter feito. Revejo mentalmente as minhas atitudes e procuro qualquer coisa que possa ter desagradado ao meu Dono.

Na minha cabeça de escrava submissa assumo tacitamente a culpa pelo que fiz e pelo que não fiz.

Dispersa entre a angústia de não saber, a sombra de uma sentença antecipada, a preocupação com o bem-estar do meu Dono, resisto estoicamente à tentação de saber porquê : Não tenho o direito de importunar o meu Dono com as minhas dúvidas, as minhas inseguranças - fundadas ou infundadas.

E como conheço bem o meu Dono, como confio cegamente nas Suas decisões, nos Seus timings, como respeito profundamente as Suas preferências e as Suas prioridades, resigno-me a aguardar pacientemente em silêncio o momento em que queira voltar a dar-me o prazer supremo da Sua presença.