Cheguei à hora marcada, o que, por si, representa para mim um esforço quase titânico, já que, por muito que eu corra, o tempo parece correr sempre mais depressa do que eu. Mas eu sei muito bem o quanto o meu Dono é inflexível com as horas, por isso uso todos os truques conhecidos para não me atrasar e por vezes invento alguns. Em situações extremas, enquanto faço duas ou três chamadas inadiáveis para manter aquela gente ocupada o resto da tarde e troco o cd - gosto de ouvir certas músicas quando vou ter com o meu Dono, aproveito o semáforo vermelho para compor o cabelo, passar gloss nos lábios - quando consigo encontrá-lo às apalpadelas dentro da carteira a abarrotar de coisas - ou arranjar a meia de liga que entretanto se desprendeu, alheia ao que se passa à minha volta.
Cheguei pois à hora marcada, como sempre sem saber para o que ía.
Entro, ajoelho-me enquanto a porta se fecha atrás de mim. Beijo a mão do meu Dono com devoção. O meu Dono distribui umas festas pelo meu cabelo, o meu lombo, deixa-me estar assim uns minutos em profunda reverência, depois afasta-se e manda-me segui-Lo.
Senta-se a fumar um cigarro, enquanto eu permaneço de gatas, ao Seu lado, quieta e dócil como uma cadela rafeira.
Depois levanta-se e sái por instantes. Não sei o que traz na mão quando volta, mas manda-me levantar e virar de costas. Com um gesto brusco levanta-me a saia, manda-me baixar as cuecas e dobrar-me para a frente. "Hoje vamos passear" - sinto qualquer coisa grossa invadir-me impiedosamente o cu. Dói um pouco, mas é bom. Hurt so good. Depois do plug todo enfiado, o meu Dono passa uma corda fina e dá várias voltas entre as pernas e em torno da cintura, para o manter no sítio. Certifica-se de que está bem preso, manda-me subir as cuecas e compor-me.
Visto o casaco e saio para a rua atrás Dele.
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