Sunday 19 October 2008

DAS RELAÇÕES


É um lugar-comum comparar os cuidados com as relações entre as pessoas com os desvelos na conservação das plantas. É comum ouvir-se dizer que tal como as plantas, as relações tem que ser cuidadas, tem que ser regadas. Mas, uma coisa é a teoria, outra a prática. É que nem todos somos bons jardineiros...

Casamento : É talvez a mais delicada das plantas e a que exige mais cuidados. Como um bonsai, um casamento necessita de um verdadeiro especialista. Na verdade, para cultivar um casamento, é preciso ter arte. Dar-lhe a luz e a sombra que precisa, a quantidade de água exacta, nem a mais, nem a menos, arejamento suficiente e ser mestre na poda. Saber quais são as hastezinhas que devem ser podadas, manter-lhe a forma e o tamanho original. De tempos a tempos, precisa de ser adubado. Um bonsai bem cuidado pode resistir anos e anos, mas o objectivo é nunca deixa-lo ter a forma que quer. Há mestres que falam com o seu bonsai, e parece que obtem melhores resultados. No entanto, esta é uma planta para apreciadores, já que o objectivo é nunca faze-la perder a forma e o aspecto originais e faze-la perdurar no tempo.

Amizade : Basta ter os cuidados básicos, rega ocasional, boa luz e a amizade, como uma planta autóctone, terá as condições ideais para crescer e florescer. Requer muito menos atenção do que um casamento.

BDSM : Embora seja o tipo de relação que requer menos cuidados, ainda assim uma relação bdsm não deve ser deixada ao acaso. Como os cactos e outras suculentas, são os excessos de água e nutrientes que as fazem sucumbir. Uma relação BDSM resiste a ambientes agrestes, hostis, a extremos de calor, à ausência de cuidados. Bem enraízada, uma relação BDSM subsiste a tempestades de areia, monções e seca prolongada.
Há relações bdsm que parecem verdadeiras alucinações como um peyote, outras são curativas, como um aloe vera.
E ainda, como um cacto, esconde bem guardado dentro de si, para quem saiba retirar-lhe os picos, um delicioso e nutritivo sumo.


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