Uma a uma, o meu Dono vai arrancando todas as camadas de mim. Umas separam-se facilmente, finas como casca de uma cebola, apartam-se de mim como gomos de um fruto maduro, outras custam a despegar-se como crosta que se arranca de uma ferida.
Mas pouco a pouco, com a certeza e a visão de que é feito, retira tudo o que em mim é supérfluo. Como um escultor retira da pedra bruta todos os excessos Ele cinzela-me até deixar à vista somente o essencial, o simples, eu. Ínfima, subatómica, nuclear. Despoja-me de tudo o que não seja a mais pura submissão a Si. Haverá sítio melhor de onde começar?
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