Friday, 28 September 2007

COMPASSO DE ESPERA


Os dias passam devagar sem a presença do Dono. Tento iludir o tempo sabendo que ele não se deixa iludir. A mulher sente-se solidária e guarda profundo respeito. Mas a submissa não recebeu ordem para parar. A escrava anseia pela Mão que a dobra, a tritura, a subjuga. Que a agarra com firmeza pelos cabelos e a faz lamber o chão que o Dono pisou. Que a prende, a amarra, a pendura no ar como uma estranha espécie de pássaro.

2 comments:

flôr de sal said...

gosto das coisas que tu escreves, em certas ocasiões consegues ser extremamente visual na tua escrita...

Sua escrava said...

Bem-vinda, Esparsa. Que eu possa, em certas ocasiões, pintar palavras no teu imaginário.